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Biólogo brasileiro vence prêmio internacional com projeto para a Amazônia

João Campos Silva é um dos laureados do Prêmio Rolex de Empreendedorismo

Seu projeto é centrado no manejo sustentável do pirarucu|Imagem meramente ilustrativa.

Um biólogo brasileiro que luta pela preservação do pirarucu na Amazônia – com até três metros de comprimento e 200 quilos, peixe fundamental para a preservação do ecossistema local e meio de subsistência para as 60 comunidades que moram à beira do rio, foi um dos ganhadores de uma importante premiação.

Cinco iniciativas venceram esta edição do Rolex Awards for Enterprise, o Prêmio Rolex de Empreendedorismo, realizado no mês de junho. A cada dois anos, centenas de projetos novos ou em andamento – e que precisam de financiamento – são avaliados por um júri formado por especialistas em cada área.

Os projetos têm foco em áreas como ambiente, tecnologia aplicada, ciência, saúde, exploração e patrimônio cultural. Na etapa final, dez projetos são selecionados para a etapa final, e cinco são laureados. Os vencedores levam um cheque de 200 mil dólares (equivalentes a 770 mil reais) para o desenvolvimento do projeto e um relógio Rolex.

O dinheiro é importante, claro, mas não é o principal. O mais legal de chegar entre os finalistas é o reconhecimento internacional, já que o júri é composto de cientistas renomados, e a possibilidade de conseguirmos novos financiamentos“, disse o biólogo João Campos Silva, o único brasileiro entre os cinco premiados deste ano.

Seu projeto é centrado no manejo sustentável do pirarucu. Pelo porte, este peixe está no topo da cadeira alimentar e é em grande parte responsável pelo equilíbrio do ecossistema de boa parte dos rios da Amazônia.

A manutenção do pirarucu é importante por outro motivo: trata-se da base da economia de centenas de comunidades espalhadas pela Amazônia.

Nessas comunidades, a renda gerada pelo pirarucu é compartilhada. Em muitos casos, é a primeira vez que as mulheres têm acesso a um rendimento e possui poder de compra, sem depender do marido. É uma barreira social que estamos quebrando“, conta João.

Somente à beira dos dois quilômetros do rio Juruá, onde João e sua equipe da ONG Instituto Juruá atuam, são 60 comunidades, com cerca de 1200 pessoas.

Estamos começando a fazer um trabalho de levar a carne do pirarucu para outros centros urbanos e mesmo para o exterior. A pele também é matéria prima para fazer bolsas e sapatos, e isso ainda não está sendo explorado”, destaca o ganhador.

O Prêmio Rolex de Empreendedorismo foi realizado pela primeira vez em 1976. De lá para cá, 145 projetos foram premiados. Este ano, pela primeira vez, o publico também pôde votar, juntamente com o júri, em um formulário online.

Além do biólogo brasileiro, também saíram vencedores do prêmio um neurocientista francês que desenvolveu um sistema eletrônico para levar sinais do cérebro para a espinha dorsal e ajudar pacientes paraplégicos a voltar a andar; um especialista em TI de Uganda que criou um aparelho que diagnostica a malária em menos de dois minutos sem necessidade de tirar sangue; uma bióloga molecular canadense que usa bactérias para dissolver o plástico jogado nos mares que hoje não é reciclável, e uma conservacionista indiana que estabeleceu um canal de ligação direta entre comunidades que moram perto de parques habitados por animais selvagens para proteção e pedidos de indenização em caso de danos às propriedades rurais.

Redação por Lohrrany Alvim.

02/07/2019 – 17h52

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