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Brasileira vence maior feira de ciências do mundo e terá asteroide com seu nome

Juliana Estradioto, de 18 anos, fez pesquisa sobre aproveitamento da casca de noz macadâmia

Noz de macadâmia é responsável por pesquisa de brasileira
A noz de macadâmia originou um estudo que gerou prêmios ao Brasil | Foto meramente ilustrativa

Você se lembra da aluna brasileira que criou um plástico feito de maracujá? Com o trabalho, ela ganhou o primeiro lugar no 29º Prêmio Jovem Cientista, promovido pelo CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – em outubro do ano passado. O projeto já havia sido premiado em uma competição para estudantes nos Estados Unidos.

E ela não parou por aí. Juliana Estradioto se destacou mais uma vez graças ao seu experimento científico, só que desta vez em uma feira mundial. Com pesquisa sobre a casca da noz de macadâmia, a brasileira de 18 anos conquistou a posição máxima na categoria “Ciência dos Materiais” na premiação The Intel International Science and Engineering Fair (Isef), considerada uma das maiores feiras de ciências para pré-universitários do mundo.

O resultado foi anunciado neste mês, durante evento da organização em Phoenix, nos Estados Unidos, que reuniu quase dois mil estudantes do ensino médio de 80 países.

Batizar um asteroide

Como conquistou o 1º lugar da categoria, Juliana também poderá batizar um asteroide com seu nome. Essa chance é dada aos estudantes que conquistam os primeiros e segundos lugares em cada categoria da premiação.

“Isso é doido demais! Esses asteroides têm nomes como Einstein, Marie Curie… É muito elegante”, brincou a estudante em entrevista a Instituição Federal onde estuda.

Juliana Estradioto é a primeira brasileira a levar esse título para casa, e a terceira a vencer dentro do evento. Ela também leva um prêmio de 3 mil dólares (pouco mais de R$ 12 mil).

Uso inovador de casca de macadâmia

Foi com a pesquisa sobre o aproveitamento da casca de noz macadâmia para curativos de ferimentos da pele ou para criar embalagens que a jovem levou o prêmio. A ideia é substituir o uso do plástico nesses materiais.

Em entrevista ao Ministério da Educação, ela contou que criou uma farinha biodegradável a partir da casca da noz de macadâmia que, em contato com microrganismos, se transforma em uma membrana. O material substitui os sintéticos, como sacolas plásticas, por exemplo.

Segundo a jovem cientista, a ideia é criar um produto sustentável, com baixo custo, produzido a partir de resíduos com destinação ao lixo.

“A membrana da macadâmia possui características, como flexibilidade e resistência, que permitem a utilização em curativos para pele queimada ou machucado. Outro uso possível é na elaboração de embalagens para o recolhimento de fezes de cachorro, em substituição ao plástico”, contou Juliana.

Os próximos passos de sua pesquisa são estudar o material para não ser utilizado apenas como curativo de cicatrizes na primeira camada da pele, mas também em cicatrizes pós-cirúrgicas, que são mais profundas.

“Já vi que pode ser usado em queimaduras e auxilia no processo de regeneração da pele”, destacou a jovem.

Juliana Estradioto é recém-formada no curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Ela já ganhou mais de 40 prêmios científicos nacionais e internacionais e participou de outras feiras de ciência nos Estados Unidos.

Como já destacamos por aqui, Juliana está credenciada para ir à cerimônia do Prêmio Nobel, na Suécia.  Ela se tornou a primeira jovem brasileira da história a ser selecionada para acompanhar uma cerimônia da premiação.

Redação por Lohrrany Alvim

28/05/2019 – 13h50

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