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Brasileiras fazem história com ouro inédito em Olimpíada de Matemática na Europa

Além do ouro, as estudantes também conquistaram duas medalhas de bronze

 

Matemática é área onde mulheres se destacam e recebem medalhas
Matemática é área onde mulheres se destacam e recebem medalhas | Foto meramente ilustrativa

 

Seis mulheres representaram o Brasil na 8ª Olimpíada Europeia Feminina de Matemática (EGMO, na sigla em inglês), que aconteceu neste mês, em Kiev, na Ucrânia. A disputa entre 196 estudantes de 49 países rendeu ao Brasil um feito inédito: uma medalha de ouro, conquistada pela estudante gaúcha Mariana Groff, de 17 anos, e a 20ª colocação geral.

Essa é a terceira vez que a jovem participa do evento e, a cada edição, ela foi obtendo resultados melhores. Mariana Groff faturou o  bronze em 2017, a prata em 2018 e ouro em 2019. Atualmente, ele se mudou de Frederico Westphalen (RS) para Fortaleza para estudar.

“Eu me dediquei muito nos últimos meses estudando matemática e tive aulas e apoio em Fortaleza para isso. Assim, acho que a medalha era um resultado esperado, mas isso não interferiu na grande alegria que eu tive quando fiquei sabendo que eu ia ganhar uma medalha de ouro”, comenta a estudante vencedora.

Um ouro e dois bronzes

Além da medalha de ouro, a participação recorde do Brasil também rendeu duas medalhas de bronze, conquistadas por Maria Clara Wernerck, do Rio de Janeiro, e Ana Beatriz Studart, de Fortaleza, ambas com apenas 17 anos.

“Ser bronze em uma olimpíada internacional foi uma honra. A experiência num todo me deixou feliz e voltei para o Ceará com boas histórias e aprendizados. Eu não consigo imaginar meu futuro sem a matemática”, disse Ana Beatriz.

Ela participou da EGMO pela segunda vez e agora quer incentivar mais meninas a ocuparem o espaço das exatas, onde os meninos ainda são maioria.

“Quero poder mostrar ao maior número de meninas que elas também têm espaço na ciência e como esse mundo das olimpíadas de conhecimento é incrível. Foi algo transformador na minha vida e quero que toda menina tenha a mesma oportunidade”, completa Ana Beatriz.

Incentivo às meninas

O Brasil participa há três anos da competição e soma agora dez premiações (nove medalhas e uma menção honrosa). Em 2020, a EGMO será realizada na Holanda.

No segundo semestre de 2019, o IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) pretende lançar o Torneio Meninas na Matemática. A ideia não é ter competições separadas para garotas e garotos, mas sim criar uma porta de entrada para mais meninas competirem na EGMO.

“Não pretendemos separar torneios por gênero e esta competição será uma soma, servirá para inspirar. O que estamos criando são momentos para quebrar esse ciclo vicioso de que há somente meninos na matemática, queremos criar heroínas”, disse Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA.

Além desta competição, o instituto também estimula a participação de mais meninas na matemática por meio do Troféu Impa Meninas, criado em 2017 como uma premiação especial às mulheres que competem na Olímpiada Internacional de Matemática (IMO).

“Somos um país que tem receio da matemática, que está na vida de todos nós. Abrir mão das mulheres na hora de inserir iniciativas de inserção da matemática na vida de todos seria uma tragédia. As famílias e a escola são muito importantes no incentivo”, explica Marcelo Viana.

Redação por Lohranny Alvim

26/04/2019 – 08h58

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