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Descoberta da sequência de genoma do novo coronavírus rende premiação à biomédica baiana

Por: Adriano Dias
07/01/2021 – 14h45
Descoberta de Jaqueline Góes e sua equipe foi feita em tempo recorde. (Foto reprodução Internet)

 

O novo coronavírus pode ser considerado uma “roda quebrada” e cientistas do mundo todo estão sendo obrigados a trocar esta roda com o carro em movimento. Desde o início de 2020, profissionais da área vêm trabalhando -e muito- para desvendar os mistérios desta doença. Para complicar ainda mais a situação, o mundo está acompanhando ansiosamente as respostas para conter o avanço do vírus e de todas as suas variantes. E podemos dizer que temos uma representante brasileira nesta batalha contra a Covid-19.

A biomédica baiana Jaqueline Góes teve a responsabilidade de coordenar a equipe que foi capaz de sequenciar o genoma do SARS-CoV-2 em solo brasileiro. Esta descoberta foi importante para ajudar na prevenção e no controle de outras epidemias. O feito lhe rendeu o Prêmio Capes de Tese em Medicina II, em evento realizado no último mês de dezembro.

Além de ter liderado este relatório, a baiana conseguiu chegar ao resultado em prazo recorde. Segundo informações divulgadas pelo jornal Correio, a equipe liderada por ela conseguiu desenvolver, em 48 horas, um estudo que relata os principais vírus que estão presentes no Brasil e geram ondas epidêmicas, como zika, dengue, chikungunya e febre amarela.

 

Ainda sobre o estudo

Com o nome de ‘Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e reemergentes’, o estudo teve como principal meta compreender a origem, o processo de introdução no país e o modo de dispersão da família de vírus transmitidos por mosquitos, os arbovírus.

Jaqueline acompanhou alguns casos desses vírus aqui no Brasil, para prever como eles se disseminam e como é possível identificar a ocorrência de novos surtos.

“A partir do momento que você sequencia o genoma de um determinado vírus, você consegue ter informações necessárias para entender e enfrentar novas epidemias”, detalha Jaqueline para o jornal.

Ainda segundo ela, todas as informações sobre o DNA de cada um destes microrganismos podem ajudar o sistema de saúde e a ciência a entenderem “como o vírus se dispersa na população, qual a sua taxa de transmissão, quais as mutações que o vírus já sofreu e qual a dinâmica de sua ação sobre a população”.

Isso significa que o trabalho da tese pode contribuir para a saúde pública do Brasil, apontando as probabilidades de novas epidemias. Esta descoberta permite que os laboratórios dos estados possam identificar mais rapidamente a presença de vírus naquela região. Antes, a identificação era mais lenta e só conseguia detectar alguns casos.

“Uma das minhas propostas centrais é difundir todo o conhecimento que eu alcancei para que eles possam realizar a identificação e o diagnóstico do genoma ali mesmo, naquele local”, explica a biomédica.

O brilhante trabalho de pesquisa fez com que Jaqueline recebesse o reconhecimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável por condecorar nomes importantes da nossa saúde.

 

O Prêmio Capes

A premiação foi concedida às melhores teses de doutorado defendidas em 2019. O prêmio tem ainda parceria entre a Capes, a Fundação Carlos Chagas, a Comissão Fulbright, o Instituto Serrapilheira e, mais recentemente, a Dimensions Sciences, uma organização não governamental norte-americana que condecora exclusivamente mulheres. Os critérios de seleção consideram a originalidade do trabalho e sua relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação. O que valoriza – e muito – a conquista de Jaqueline e sua equipe.

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