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Enfermeira adota menino com paralisia cerebral abandonado pelos pais em abrigo


Com a adoção do caçula, a enfermeira passou a dedicar grande parte da vida aos cuidados com o garoto | Foto meramente ilustrativa.

Ronei Gustavo Pires, agora com 12 anos, foi abandonado pelos pais biológicos, em 2008, quando ainda era bebê em um abrigo para crianças aptas à adoção, em Cuiabá. Ele nasceu com uma neuropatia não evolutiva e com um grave quadro de convulsões, que por falta de cuidados acabou se agravando. Com um ano de idade, Ronei também foi diagnosticado com paralisia cerebral, o que fez com ele ficasse em estado vegetativo.

Essa história tinha tudo para ter um final triste, mas foi nesse período que a enfermeira Solange Maria Pires, atualmente com 52 anos, conheceu o Ronei e tudo mudou!

“Ele estava no lar, a família tinha pouco contato com ele. A juíza entrou com um pedido de home care e fiz a avaliação. Ele necessitava do serviço, mas não poderia tê-lo, pois não tinha uma casa para ficar”, contou.

Solange ficou comovida com a história do paciente e resolveu leva-lo para a casa dela para poder cuidar dele até ele estar com saúde suficiente para ser devolvido aos pais biológicos ou para ser adotado por outra família.

Mas ela não esperava que tal atitude fosse mudar completamente a vida dela! A convivência com o menino durante o tratamento despertou sentimentos nela e fez com que ela se aproximasse cada vez mais dele e criasse um vínculo afetivo.

Com a adoção do caçula, a enfermeira passou a dedicar grande parte da vida aos cuidados com o garoto.

“Decidi adotá-lo por amor, senti vontade de protegê-lo. A rotina da casa gira em função dele. Quando o adotei, meus dois filhos estavam se casando, então ele passou a ser meu companheiro na casa”, ressaltou.

Atualmente, Solange e Ronei moram no Bairro Jardim União, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.

Superação

Solange contou que os médicos disseram que Ronei viveria apenas 7 anos, mesmo recebendo todo suporte e cuidados necessários, por conta dos danos neurológicos. Mas o menino que já havia superado o abandono mostrou que também iria superar as expectativas médicas.

Solange disse que o quadro dele não pode ser revertido, mas a saúde dele é estável. E enfatiza que depois que o Ronei foi morar com ela, ele nunca mais precisou ser internado. Segundo Solange, o filho se comunica apenas com os olhos e gestos faciais. “Ele não fala, mas sente”, ressaltou.

Ela conta que alguns conhecidos ficaram espantados quando souberam da adoção.

“Algumas pessoas me desaconselharam, me disseram para viver uma fase mais tranquila, pois meus filhos já estavam criados. Mas eu não tive dúvidas de que deveria cuidar do Ronei. Ele é meu filho, assim como os outros dois que eu pari”, declara.

Adoção de crianças com deficiência

De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, há 46,1 mil pretendentes à adoção. Destes, apenas 4.623, pouco mais de 10% do total, aceitam crianças com deficiência física ou mental.

Ainda segundo os dados do CNA, há 9.550 crianças e adolescentes aptos para adoção. Deste total, 2.452 possuem problemas de saúde.

Redação por Jenneffer Dutra

31/07/2019 – 15h37

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