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Irmãs criam projeto para catadores lavarem as mãos

Elas montaram o projeto com água e sabão em cidade do interior paulista.

Irmãs possuem 12 e 9 anos cada
Irmãs possuem 12 e 9 anos cada. | Foto: Reprodução Internet

 

Enquanto a vacina para conter o avanço da Covid-19 não fica pronta, é mais do que necessário reforçar o cuidado com a nossa higiene. Nunca é demais lembrar que devemos lavar as mãos com sabão em diversos horários – e lavar muito bem, no mínimo 20 segundos de lavagem. Além de, claro, evitar aglomerações e, na medida do possível, ficar em casa segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Pois bem, mas a pergunta tem que rondar na nossa consciência: como fica a vida de alguns setores que precisam estar nas ruas e, automaticamente, estão expostos a contrair o vírus? Um exemplo clássico são os catadores, que trabalham em condições extremamente precárias, sujeitas a todo tipo de contaminação e doenças. Muitas vezes, eles retiram do lixo o seu alimento. Diante desta cruel exposição, queremos compartilhar aqui um ato de amor tão simples que pode proliferar Brasil afora.

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Gesto simples e nobre

Em Sorocaba, no interior de São Paulo, duas irmãs tiveram uma excelente iniciativa: elas fizeram um suporte com água e sabão para os catadores de reciclagem lavarem as mãos. A preocupação com o avanço do novo coronavírus foi o estopim para Hadassa Yasmin Silva Souza, de 12 anos, e Nicole Rebeca Silva Souza, de 9, montar esta simples estrutura.

Hadassa e Nicole sabem que esses profissionais dependem da reciclagem para tirar seu sustento. Sendo assim, elas colocaram nos postes da rua onde elas moram uma miniestação de higiene para os catadores, feita com garrafa pet, água, sabão e barbante. A ideia nasceu no momento em que as meninas tiveram a oportunidade de observar um coletor passar a mão no rosto logo após separar alguns materiais.

Além disso, as irmãs amarram o suporte nos postes junto com um cartaz que diz: “Mais vida e menos mortes”, além da hashtag #contraocoronavírus. É como cantam Tiago Iorc e Milton Nascimento, um gesto desse “mais bonito não há”

 

Os catadores no Brasil

Apesar do gesto nobre, é necessário compreender a importância de cuidar desse setor durante esta pandemia. Dados levantados no Censo de 2010 do IBGE constavam que, até então, 398.348 trabalhadores atuavam no ofício de catadores de lixo no Brasil. Formalmente, esta ocupação pode corresponder pelos nomes de coletores de lixo e material reciclável, varredores e afins e também coletores de lixo e material reciclável. Como se não bastasse isso, o nosso país é o quinto maior produtor de lixo no mundo.

Apesar da alta demanda para destinar o lixo ao seu descarte adequado, o salário médio do catador é estimado em cerca de R$ 1.511 mensais. As más condições de vida – obtidas sobretudo por conta da exposição ao lixo e doenças provindas deste – estão lado a lado com o baixo teto salarial e torna a profissão um ofício desfavorável para quem a exerce. Ficamos sempre na expectativa que este setor possa receber a atenção das nossas autoridades. Quem sabe, não surge alguém com mesma sensibilidade das irmãs de Sorocaba? Quem sabe?

 

Redação por: Adriano Dias

09/04/2020 – 16h18

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