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Novo exame de sangue pode detectar Alzheimer com 16 anos de antecedência

Teste de sangue para Alzheimer foi feito com base em variação genética

Um simples exame de sangue pode antecipar a descoberta do Alzheimer | Foto meramente ilustrativa

 

Um novo exame de sangue pode determinar se alguém é propenso a desenvolver a doença de Alzheimer até 16 anos antes que os sintomas apareçam.

O teste foi criado na Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, com base no nível de uma proteína específica no sangue, chamada de mudança de luz do neurofilamento (NLC, na sigla em inglês), que faz parte da estrutura interna das células nervosas.

Segundo os pesquisadores, se as células nervosas forem danificadas, a proteína vaza para o líquido cefalorraquidiano – fluido aquoso que envolve o cérebro e a medula espinhal – e depois para o sangue.

A detecção de altos níveis de NLC no líquido cefalorraquidiano é um bom indicador dos danos às células cerebrais. Os os cientistas inseriram então uma agulha na parte inferior da coluna e verificaram se taxas elevadas de NLC eram detectáveis em amostras de sangue.

Mais detalhes sobre o exame de detecção do Alzheimer 

Para realizar o experimento, a equipe recrutou parentes com variantes genéticas raras que causam o desenvolvimento de Alzheimer, entre 30 e 50 anos. Isso permitiu procurar por mudanças físicas que possam ocorrer antes de quaisquer sintomas.

Foram analisadas 247 pessoas que carregavam uma variante genética precoce para Alzheimer, e 162 pessoas que não tinham essa variação.

Os portadores da variante precoce apresentaram níveis elevados de NLC no sangue, sendo que a quantidade aumentou com a idade. Em comparação, os níveis da proteína permaneceram baixos nas pessoas que tinham a variação genética saudável.

Os pesquisadores também estudaram exames cerebrais dos participantes. Eles descobriram que, à medida que os níveis de NLC aumentavam, uma parte do cérebro relacionada à memória (precuneus) começava a diminuir.

16 anos de antecedência na descoberta do Alzheimer

Taxas crescentes de NLC foram detectáveis até 16 anos antes que os sintomas pudessem se desenvolver.

As pessoas com níveis da proteína em ascensão eram mais propensas a mostrar sinais de declínio cognitivo e degeneração das células do cérebro dois anos depois.

No entanto, o estudo tem limitações: os cientistas analisaram apenas pessoas geneticamente predispostas à doença de Alzheimer, grupo que representa apenas 1% dos pacientes.

“Não estamos no ponto em que podemos dizer às pessoas: ‘em cinco anos você terá demência’, mas estamos trabalhando para isso“, afirmou Brian Gordon, co-autor da análise.

Redação por Lohrrany Alvim

28/02/2019 – 12h44

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