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Covid-19: Vacina em forma de spray nasal está sendo desenvolvida em São Paulo

Primeiros testes do medicamento foram feitos em camundongos e os resultados foram positivos.

Por: Adriano Dias
14/06/2020 – 15h02

 

Os cientistas esperam começar os testes da vacina em até três meses.
Os cientistas esperam começar os testes da vacina contra a covid-19 em até três meses.

 

Os cientistas brasileiros, mesmo com todas as dificuldades financeiras, seguem trabalhando intensivamente para buscar respostas no combate a Covid-19. A boa notícia da vez é que eles estão na linha da frente da produção de uma vacina em forma de spray nasal contra o novo coronavírus. O projeto está sendo desenvolvido pela Universidade de São Paulo e já foi testado contra hepatite B com ótimos resultados em camundongos.

Segundo o médico veterinário Marco Antonio Stephano, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, os testes foram feitos em camundongo e, após 15 dias, eles estavam imunizados.

 

Como surgiu o projeto?

Este método de imunização foi redirecionado para frear a disseminação do novo coronavírus. Os cientistas esperam que, em até três meses, eles possam testar essa mesma vacina nasal contra a Covid-19, também em camundongos.

Para a vacina ganhar forma, a equipe desenvolveu uma nanopartícula a partir de uma substância natural. Dentro dela, foi injetada uma proteína do vírus. Com isso, foi possível surgir uma substância em forma de spray para ser utilizada nas narinas do paciente.

Eles trabalham com a expectativa de que o corpo possa ser capaz de produzir a IgA Secretora, um tipo de anticorpo presente na saliva, na lágrima, no colostro, no trato respiratório, no intestino e no útero, que atuaria no combate ao novo coronavírus.

A nanopartícula criada pode estacionar na mucosa nasal por até quatro horas, o que seria suficiente para ser absorvida e iniciar uma resposta do sistema imunológico.

Segundo a USP, para garantir o processo de imunização, será necessária a aplicação de quatro doses – duas em cada narina, em um intervalo de 15 dias. Ainda para o jornal da própria Universidade, Marco Antonio Stephano afirmou que, além de inibir a entrada do patógeno na célula, a vacina impedirá a colonização no local da aplicação.

 

Mais uma boa notícia

Outro fato positivo é que a imunização nasal traz vantagens em relação às vacinas injetáveis, pois ela se torna bem aceita por crianças e idosos, não é invasiva e tem menos reações ou efeitos colaterais.

Em relação aos testes, os protótipos devem ficar prontos em cerca de três meses – quando será possível iniciar a testagem em animais. Os pesquisadores estimam que o produto seja repassado ao público a um custo de R$ 100. Uma empresa farmacêutica vai ficar com a responsabilidade de desenvolver os protótipos.

A Organização Mundial de Saúde estima que existem pelo menos 100 vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento no mundo. Algumas delas já se encontram na fase de testes clínicos.

Veja também: Instituto Vital Brazil e UFRJ iniciam testes de soro para tratar o novo coronavírus

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